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Rio Grande do Norte
.“O chamado staff científico é composto por estudiosos de várias áreas, especialmente teóricos do teatro e antropólogos, ligados a universidade e centros de pesquisa. Podem participar das aulas práticas e atuam como dinamizadores nos chamados Gardens – grupos de trabalho em que se discutem temas ligados a antropologia teatral, os Gardens se destinavam instituir ao ar livre: A terceira parte da manhã destina-se ao trabalho com os grupos temáticos, designados Um Jardim de Luz e Sombras – a técnica das oposições, ou, mais simplesmente, Gardens (Jardins), como o chamávamos”... (MARIZ, 2008, p. 21. A ostra e a pérola)

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Sobre o Garden e o okupa no Departamento de Artes/UFRN:

Ocupa Garden  
...“O chamado staff científico é composto por estudiosos de várias áreas, especialmente teóricos do teatro e antropólogos, ligados a universidade e centros de pesquisa. Podem participar das aulas práticas e atuam como dinamizadores nos chamados Gardens – grupos de trabalho em que se discutem temas ligados a antropologia teatral,
os Gardens se destinavam instituir ao ar livre:
A terceira parte da manhã destina-se ao trabalho com os grupos temáticos, designados Um Jardim de Luz e Sombras – a técnica das oposições, ou, mais simplesmente, Gardens (Jardins), como o chamávamos”...
(MARIZ, 2008, p. 21. A ostra e a pérola)

“O Garden” insurgiu como espaço de convivência sob as árvores vizinhas ao DEART (Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte), idealizado por pessoas ligadas ou não à instituição de ensino, partindo da necessidade de um ambiente para vivência de leituras, discursões e experimentos – uma vez que o próprio espaço “útil” do departamento não é suficiente e, muito menos, de livre acesso a todo e qualquer cidadão. O Garden, espaço inter e transdisciplinar, um composto orgânico onde florescem ideias, criações, recicles, estudos, pesquisas, músicas, oficinas, artes-artesanatos-artefatos, projeções astrais, diálogos e práticas libertárias, espaço de cultivo do meio ambiente e de flores e espinhos sociais – reflexo da coletividade que procura envolver toda e qualquer pessoa, em todo e qualquer tempo.
Destinamos todos os encontros às considerações de uma educação do sujeito à livre articulação do jogo, da brincadeira, da leveza e, principalmente, à relação crítica sobre o ensino oferecido pela instituição federal que se autodenomina Universidade.
Um espaço de convivência aberto e natural, distante da observação dos severos academicismos ou hierarquias institucionalizadas e que, por isso mesmo, é tomado como “fábrica” de confronto à norma e dos valores amplamente difundidos pela estrutura senil do ensino universitário – pobre e fraco, que compadece sob as pesadas solas das botas militaristas, capitalógicas, massificadoras e que escorraçaram a vontade e o desejo do sujeito como modo ético e modo estético de relações entre os indivíduos.
Este espaço que construímos em processo colaborativo, cooperativo, interativo, onde a conduta coletiva era revista, expandida e readequada a cada novo encontro e possibilidade que surgiu, foi devastado e saqueado em uma ação deliberada, ordenada pelo próprio chefe do supracitado departamento, numa tentativa de, a seu gosto particular, “higienizar” a paisagem do campus. Diversas composições artísticas, aparatos de trabalho, espaços de debate, anotações e rabiscos foram simplesmente considerados lixo ou entulho sem serventia, atirados a esmo ao descarte.
Percebemos esta ação como uma busca do tolhimento à livre expressão artística, a qual está constantemente sendo perseguida em todo o espaço acadêmico, inclusive em iniciativas de projetos institucionais, a exemplo da intervenção com exposição de corpos nus no primeiro semestre de 2013, que foi tomada como atentado ao pudor pelas “boas consciências”, reacionárias, que habitam as instâncias de autoridade nesta instituição – acarretando uma sindicância com a busca de criminalização da ação artística... entre outras ações pontuais para taxar esse ou aquele aluno como inimigo do departamento, sendo explícito o assédio de professores e funcionários, ironizando a condição de exclusão intelectual a que alguns tem sido forçados.
Por entender que a sociedade necessita movimentar-se, pôr-se em questionamento para superar seus paradigmas, acreditamos que a liberdade artística é um direito inalienável, capaz de despertar a sensibilidade para a satisfação dos desejos e anseios sociais, por isto não permitiremos que ataques (dos ditos “de chefia” do departamento de arte) passem em branco...
Colocamo-nos em disposição de guerrilha artística para defender a autonomia da arte, reverberando em nossa ocupação à sala do chefe de departamento, a nossa repulsa por esses patrõezinhos da academia, idiotizados pela sua própria ditadura e que ainda apoiam-se em artigos de leis ultrapassadas para coibir de maneira baixa, fútil, mesquinha e covarde a criatividade de sujeitos interessados em agregar valor filosófico ao convívio em nossa cidade.
Cobramos por meio desta, portanto, o esclarecimento e a retratação pública por parte dos mandantes do desmanche/saque/ataque/roubo... Seja lá qual for a motivação desta iniciativa, que ela fique clara e acabada, para que possamos fomentar espaços de diálogo e produção artística sem medo pois, com esta possibilidade de iminente ação repressora, sentimos no DEART o maior inimigo do artista: abuso autoritário de poder para amedrontar, coagir e calar. É essa a realidade? Esclareçam-se, por favor, digníssimos censores, para que toda Universidade possa saber com que tipo de chefia temos que lidar diariamente.

Grata e esperançosa
Comissão temporária de assuntos urgentíssimos


Natal, RN, 08/11/2013

3 comentários:

  1. É um dadaísmo de ideias surdas-mudas
    Feito no quintal da casa dos pais
    Para se ter aquela penetração incestuosa e punitiva
    Que sempre sonharam que os invadisse,
    E não invadiu.

    (Embora com todos os convites.)

    É um parto prematuro de caminho ao ânus,
    Que intimidado, se fechou,
    Assobiando coisas cantáveis
    Daquele anjo
    Que se parido, era Mozart,
    Mas cagado, é merda.

    (Embora com todas as partituras à mão)

    É nada, é sua mídia social bonita e americana.
    Seu jogo online offline, autofágico.
    Burrice do que existe, insiste e não se insere,
    Se masturba, tem falo, tem vulva,
    Não fala, não envulvece,
    Não Guevariza, só Castra-se.

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    Respostas
    1. Guevara que se broche
      em troca que qualquer moeda capitalista
      em terra de cangaço não vai ser qualquer latim mal cuspido
      que vai validar essa metáfora cansada da merda

      Pegue suas partituras, seus anjos
      seus partos, seu moralismo tradisexual
      e seus revolucionários de vitrine
      amarre no pescoço e pule

      vem pra o meio que eu vou passar
      o surdo-mudo, aleijado, retardado, o aborto

      e passarei com minhas coisas feitas no quintal
      sem partituras, mas cheias de incestos,
      de masturbação, toda e de corpo inteiro,
      cheias de nada e muito longe dese tudo infértil
      longe desse excesso de necessidades e justificativas
      longe dessa vontade tapada de discurso explícito.

      venha tudo que tem sido chutado pela cultura moralista
      pelo verso gagá offline, do tempo da vergonha dos corpos,
      do tempo da penetração (sobretudo punitiva),
      do tempo que o cu era só anus por onde só passava merda,
      do tempo de tches, dos mozarts, das linguás mortas

      agora é a vez de tudo que é húmus
      que uns desinformados circunscrevem ingenuameigamente
      na sua noção imbeciloide do que seja merda
      e que embora com toda estética na mão
      não fazem mais que versejar despoiesis
      arrotar a gala que nunca conseguiram experimentar

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  2. Bebei portanto o sêmen, Efebo de fezes bêbadas.

    E fica certo: Este corpo que é todo belo, é todo nada.

    E não há verdade num gozo que já não esteja dita
    Em folhas secas ou manchas na parede.

    Logo, na mania de crermos que folhas não cantam,
    E que paredes não falam,

    Vejo-te aí num curral de egos
    Enlameado de ranho, sal e pus
    A dizer:

    "Olhem pra mim! Olhem pra mim!"

    Como posso te olhar se não tens rosto?
    Como posso te amar se não vejo teu coração?
    (Puseste um corpo nu na frente dele.)

    Teimo em só ver despida
    Aquela forma despida do corpo.

    E despido de mim, entrego-te esperanças frias
    Desta pluma de pavão sem nome.

    Mas vai com ela e pousa: No fim do voo tem chão.

    Está lá uma alma a tua espera.

    Usa-a.

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