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A
DOENÇA E O CAOS COMO PRINCÍPIOS DE REORGANICIDADE E SAÚDE
DEPARTAMENTO
DE ARTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIOGRANDE DO NORTE SE QUESTIONA/ 13 de
Novembro de 2013
Começo a falar do momento em que estamos vivendo no nosso
departamento, fazendo uma analogia ao nosso planeta, pois acredito que é mais
fácil compreender o “microscópico”, observando o que já é visível aos nossos
sentidos.
Estamos cansados de saber que o humano tem desgastado
atrozmente a terra com queimadas, retiradas de petróleo, emissão de gases
tóxicos, produção de toneladas e toneladas de lixo todas as horas, com buracos
imensos nos solos de nossos mares, com a construção de milhares de prédios,
dentre tantas outras ações de ruptura com a totalidade do seu funcionamento
natural.
Em resposta a essas ações humanas, o planeta começa a
agir em busca de sua reorganicidade. E a forma visível aos nossos olhos desse
momento de mudança e transformação é a da doença e do caos. O planeta para
muitos se encontra doente e caótico.
No
entanto, a doença não passa de uma das formas da saúde de avisar a todos de que
algo não está bem, de que algo está rompendo com o fluxo natural das coisas, já
há bastante tempo.
O
caos é uma das partes naturais do ciclo do movimento transgressor e
transformador.
E
apenas são instaurados (doença e caos) no ápice do “desconforto” (mesmo que
para muitos esse desconforto não seja percebido). Quando já não se tem mais
outra saída senão mudar de atitude.
Sabemos que a arte se encontra em mais um
momento de crise (caos), em um momento de transgressão e transformação.
Há
alguns milhares de anos que nós, artistas, somos postos à margem da sociedade e
nossa arte considerada desnecessária e marginal.
É só
lembrarmos das aulas de artes que tivemos no ensino fundamental e médio, para percebemos o
quanto é posta de escanteio e como essa ideia é repassada ano a ano, geração a
geração, quando hoje em dia, vamos nós dar aulas nesse mesmo sistema de ensino
e somos reprimidos diariamente.
Devemos
lembrar o quão poderosa é essa mesma arte. Que faz questionar e que causa tão
poderosas sensações e emoções, levando a mudança de pensamento e ação.
Somos
o departamento de Artes! E somos nós que devemos pensar e questionar o futuro
deste lugar, e mais, da arte em nossa cidade, estado, país, enfim, do mundo!
Não existem outras pessoas para pensar nessas questões, senão nós mesmos.
O
nosso departamento está doente e caótico, por que está em transformação. Talvez
se não estivesse “feio” (como para muitos está) e se as coisas “pichadas” em
suas paredes fossem coloridas, belas e didáticas, iriam causar satisfação a
grande maioria. O que não é, nem de longe, a intenção.
Finalmente
todos estão insatisfeitos!
Finalmente
chegou o momento áureo de nos unirmos para pensar o que realmente queremos para
o nosso futuro!
Precisamos
conversar, nos afinar, nos sintonizar (nós, todos os alunos, com aqueles que
burocraticamente nos representam) e é justamento isso que começamos a fazer.
Estou
muito feliz em viver num momento de tamanha transformação! De fazer parte deste
grupo que clama por mudança! Desse grupo que procura olhar lá na frente para as
próximas pessoas que entrarão neste lugar para estudar artes! . . .
Enfrentemos
a doença e o caos, e vamos à busca de cura! E que venham novos, e
transformadores, ciclos! . . .
Ananda
Krishna Bezerra de Moura
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